segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ideias (mais ou menos) descabidas - parte VI.


« (...) Pergunto-te se durante os anos que passámos juntos conseguimos parar, num dia qualquer, para pensar (mais do que em nós juntos) em cada um de nós – eu e tu. Será que em algum dos milhões de minutos que passámos juntos falámos do nosso futuro? Daquilo que queríamos e daquilo que, sabíamos bem, não queríamos para nós? E não, não contam todos os devaneios ditos nas entrelinhas da paixão, entre olhares demasiado apaixonados, do que poderia ser um futuro longínquo (demasiado para quem sempre quis atropelar o tempo) a dois. Não podem contar porque não há realismo quando todo o nosso futuro parece estar em ilhas desertas, quartos de hotel, cidades distantes e quantias milionárias que nunca tivemos. Consegues perceber a diferença entre os sonhos e a realidade, muitas vezes dura, que temos que viver?
            Sei que, neste momento, continuas à distância (agora cruel) de um abraço e que por isso, poderia e deveria correr para ti e dizer-te isto tudo; dizer-te que ainda há tempo para nós se soubermos parar, conversar, perceber cada um de nós individualmente e, acima de tudo, se formos capazes de desligar a corrente. Só não sei se sobreviveríamos em voltagem zero e ninguém vive em alta voltagem para sempre – ou vive?»

domingo, 28 de junho de 2015

Sobre os Domingos.


E Domingo é dia de mais uma Rubrica no A Few Lines. Hoje recordo mais um texto do início do blog e que não podia ser mais adequado: é sobre os Domingos.
Será que gostam tanto de Domingos como eu?

Há muito tempo que descobri que não gosto nada de Domingos. Toda a gente fala nas malditas segundas-feiras de todas as semanas de todos os anos das suas vidas, eu falo dos Domingos. São o pior dia de qualquer semana, por mais coisas bonitas e interessantes que eu faça, por mais momentos inesquecíveis que me possa proporcionar, nada consegue acabar com esta maldição dos domingos. São estranhamente nostálgicos, como se nos quisessem puxar para trás e nos sussurrassem ao ouvido para “não avances mais, já chega…fica aqui, não vás!”. E são estupidamente indefinidos, ora são o último dia da semana ora são o primeiro. Não há nada pior do que acabar e começar no mesmo instante, sem tempo para respirar. É mais ou menos como despedirmo-nos de alguém de quem gostamos muito: não queremos desfazer-nos de quem tem que ir num abrir e fechar de olhos. Mas quando fechamos os olhos, bem devagar e respiramos fundo, sentimos que já desapareceram. Quando voltarmos a abrir os olhos, estaremos sozinhos (sem ti). Os Domingos são assim.

sábado, 27 de junho de 2015

O DreamCate em fotografias #1


Hoje inicia-se uma nova rubrica semanal por aqui. Ao sábado publico fotos de parte dos textos publicados durante a semana. O que acham? Uma vez que a matéria-prima do DreamCate são as palavras, nada mais justo do que apresentá-las lindas e maravilhosas em formato de fotografia; e assim podem aproveitar para ler algum texto que vos tenha escapado durante a semana.

Espero que gostem desta nova publicação semanal e que continuem desse lado :) Bom fim de semana!







sexta-feira, 26 de junho de 2015

Pequenas histórias #2


O que mais custa é continuar a acreditar; acreditar que as coisas possam mudar e que eu possa, finalmente, sair daqui. Sei que esta prisão em que me encontro não é uma prisão física; na verdade, ninguém me impede de abrir a porta e sair para nunca mais voltar. As amarras que me prendem são tão leves e invisíveis como o ar que respiro, no entanto sinto-as bem mais pesadas do que correntes verdadeiras.
Sinto agora – mais do que nunca – que estas paredes à minha volta não são mais do que todos os passos que me impediste de dar e todas as portas que nunca foste capaz de abrir. Sinto, também, que muitas vezes não me deixaste acreditar nas boas capacidades que sempre tive; e, na maioria das vezes, fizeste questão de mostrar-me todas as capacidades que não tenho: mas que talvez me pudessem salvar. Hoje sei que todas as promessas que me fizeste foram em vão; sei também que não tens culpa, mas és tu quem dá a cara em nome de tudo. És tu – para todos os efeitos – que me impedes, tantas vezes, de ver (ter) oportunidades no horizonte.
Quero (muito) acreditar que podes mudar e que, juntos, ainda temos futuro. No entanto, confesso que cada vez me custa mais esperar que isso aconteça. Às vezes tenho vontade de abrir a porta só para espreitar o que há do outro lado. Desculpas-me se não conseguir esperar por ti, Portugal?

terça-feira, 23 de junho de 2015

A Despedida - Colectânea de Adeus...


No mês de Março falei-vos de uma colectânea - da Editora Papel D´Arroz - na qual um dos meus textos seria publicado. Bem, como já devem ter reparado pela fotografia, já é oficial: mais um texto meu foi editado. E como prometido deixo-vos com fotos do livro e com o texto completo.
Espero que gostem e que deixem o vosso feedback. Podem não acreditar, mas as vossas palavras ajudam-me muitas vezes a não desistir - deste e de outros sonhos! :)

«Não tenho bem a certeza do que te quero dizer, se é que quero mesmo dizer alguma coisa. Nem sei se devo esclarecer tudo de uma vez, talvez seja melhor deixar andar e esperar que um dia não precise de dizer nada. Que um dia olhemos um para um outro, mesmo sem nos vermos, e consigamos perceber porquê. Porquê?
Às vezes tenho a sensação de que nunca vou saber, de que por mais que tente, por mais que pense em tudo que o que aconteceu, nunca vou perceber. Mesmo quando tento reconstruir mentalmente cada passo, cada falha…parece que não faz sentido. Tu estavas lá, só para mim. Eu estava lá, só para ti. Era assim, tão fácil como parece não era? Era só dar as mãos, sorrir e continuar. Mas não foi assim.
Tenho a impressão que nunca mais demos as mãos como antes, que nunca mais senti a tua palma contra a minha como se me quisesses só para ti. E tenho a certeza de que nunca mais olhaste para mim, como quem me lê por dentro, que nunca mais estiveste apaixonado por mim em nenhum dos milhares de olhares que trocámos depois disso. Estavas sempre nostálgico como se me perguntasses a cada segundo, a cada pestanejar, o porquê de tudo aquilo. Porquê?
Sentia-te a cobrar uma resposta a cada momento que passava. Cada olhar era o despejar da raiva, do ressentimento e do desprezo…que querias sentir. Mas não sentias. Acho que isso era o pior de tudo para ti. Não sentir o mal que te fiz. Mesmo que não estivesses apaixonado de cada vez que me olhavas nos olhos, de todas as vezes que viravas costas, querias abraçar-me para sempre. A mim doía-me, terrivelmente, por saber que isso nunca iria acontecer. A ti, por saberes que era o que mais querias.
Nesses momentos sentia que nunca me ia perdoar e, pior do que isso, sabia que tu nunca me irias perdoar verdadeiramente. 


Às vezes pergunto-me se aquele dia mudou, realmente, alguma coisa em ti. Pergunto-me se tudo aquilo que eu disse e tudo aquilo que não fui capaz de ser para ti te destruiu tanto como a mim. Pergunto-me se aquele dia foi um momento decisivo, se mudou mesmo a minha existência e a tua. Também gostava de saber se algum dia, depois desse, foste a mesma pessoa que eu conheci. Se voltaste a olhar tão fundo os olhos de alguém como olhaste os meus, um dia, se abraçaste alguém tão forte que a fizeste sentir a pessoa mais segura do mundo. Pergunto-me se voltaste a ser a pessoa por quem me apaixonei ou se no momento em que viraste costas com uma simples despedida de ocasião, como se eu não tivesse significado nada para ti, nunca mais voltaste a ser o mesmo.
Se calhar é por isso que sinto sempre tanto a tua falta, que te procuro em todas as pessoas que conheço, em todos aqueles que se apaixonam por mim. Procuro sentir tudo igual, como se fosses tu. Procuro o teu olhar, para me sentir da maneira como me vias e me sentias no teu coração. Pergunto-me se voltaste a chorar por mim. Ver-te chorar desesperou-me de tal maneira que quando me lembro ainda fico com o coração partido. Depois penso na coragem que tive para dizer tudo. Penso na vontade que tive de não dizer nada e no peso que iria carregar sempre se não tivesse dito. E então, falei. Disse tudo…tudo o que me tinha passado pela cabeça, tudo o que tinha pensado e que esperava, do fundo do coração, nunca ter que te dizer nem te fazer sentir. E enquanto dizia, ia-me sentindo cada vez mais perdida como se tivesse escolhido um caminho sem retorno possível. Senti, naquele momento, que te adorava, mais do que tudo e que te estava a perder para sempre. Percebi que me escorregavas por entre os dedos a cada segundo que passava e que, independentemente do que eu viesse a fazer ou a dizer, nunca irias voltar para mim e que nada iria ser como há poucos minutos. Então, choramos para tentar superar tudo o que vinha pela frente. Tu, por saberes que não irias conseguir ultrapassar tudo aquilo e que por isso, nunca me irias perdoar. Eu, por outro lado, sabia que teria que fazer de tudo para que me perdoasses.
Sabes o que me doeu mais naquele momento? Foi pensar que podias ser o amor da minha vida. Aquele que toda a gente diz que só há um. Comecei a perceber que nos estávamos a perder para sempre. E se tivesse que viver o resto da vida a aprender a gostar das pessoas por não te puder ter comigo? Imaginei essa dor de aprender a gostar; de me lembrar de ti de cada vez que olhasse dentro dos olhos de quem me quisesse bem; de que a qualquer momento me iria lembrar de ti e te poderia ver ali, à minha frente, no lugar de quem lá estaria realmente. E chegarei mesmo a lembrar-me – consegui sentir essa dor em antecipação.

Dou voltas e voltas à cabeça para tentar perceber se ficou alguma coisa por fazer ou por dizer, para que me pudesses perdoar, e para que pudéssemos continuar do ponto onde parámos. E é também nestes momentos que penso, onde será que nos perdemos, se é que algum dia nos conseguimos perder. Fico a pensar nas juras de amor que fizemos em todos os (milhares de) olhares que trocamos ao longo da nossa existência, juntos. Também me perco a imaginar-te perto de mim, todos os dias, como antes, penso nas vezes em que te lembras de mim, de nós. Morro por te perguntar se ainda sentes a minha falta, se o teu coração ainda bate mais depressa de cada vez que eu me aproximo, se te sentes nervoso e com vontade de me sorrir quando falas comigo, quando estás perto de mim. E depois, no meio destas vontades todas, no meio da angústia deste “voltar a casa”, como quem vai reencontrando pedaços de vida, que foi perdendo, ou esquecendo ao longo do caminho, já não sei se penso em ti, ou nas pessoas que tentei que se parecessem contigo, que fossem um espelho fiel de ti.»

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Ideias (mais ou menos) descabidas - parte V.


«Depois dessa noite passou a ser (quase) impossível estarmos separados; ainda tentamos ir com calma e perceber melhor o que estava a acontecer, mas foi impossível resistir à química que havia entre nós. Foi tudo tão avassalador que não houve lugar para dúvidas ou hesitações; houve apenas espaço para uma certeza: queria-te mais do que qualquer outra coisa no mundo. E tu querias-me ainda mais; senti isso tantas vezes: a nítida sensação de que, para ti, não existia mais ninguém – real ou imaginário – que pudesse um dia estar no meu lugar.
E foi, mais ou menos, assim que começamos a namorar – sem um pedido oficial e com todas estas certezas bem misturadas entre nós. Nunca tinha sido tão feliz e – ao contrário do que dizem – o tempo não passou a voar por estar tão bem, muito pelo contrário: a cada dia que passava sentia que os segundos, os minutos e até horas se duplicavam para ter mais tempo contigo. Os dias contigo pareciam sempre infinitos, como se tivesse todo o tempo do mundo para estar ao teu lado.
Foi assim que nos tornámos inseparáveis e, praticamente, a extensão um do outro. Não passávamos um dia sem nos vermos e contávamos todos os segundos até ao próximo encontro. Não sei muito bem explicar o que sentia quando, por algum motivo, não estávamos juntos; não sei se chamar-lhe vazio seria chamar-lhe bem, mas uma boa parte de mim ficava à toa sem ti. Esta foi a primeira coisa que me assustou na nossa relação: as emoções vertiginosas que provocavas dentro de mim e que se transformavam – rapidamente – numa sensação de abstinência. Sentia-me perdidamente viciada: em ti.»

Para quem tem andado distraído: é só carregar em ideias (mais ou menos) descabidas, ali em baixo nas etiquetas, e ficam logo a par das novidades desta "rubrica/projecto" do DreamCate :)

domingo, 21 de junho de 2015

Por favor, que não seja mais tarde!


Hoje é dia de mais uma rubrica no A Few Lines; e esta semana decidi recordar com os leitores um texto que já tinha sido publicado no DreamCate. Espero que gostem de o reler! :)

Sinto que, sem sombra de dúvidas, me encurralaram. Sim, sinto que fui encurralada. Ao longo do tempo fui sendo, suavemente, encurralada. E agora, chegado este momento, que percebi não haver por onde fugir vou ter mesmo que parar. Vou ter que parar para pensar e, quem sabe, descobrir como sair daqui.
Primeiro gostava de perceber como vim aqui parar e como, de repente, não há uma saída. Também gostava de entender porquê que não vi que estava a chegar a este beco. Talvez não seja um beco sem saída, mas sim uma parede fria onde sou obrigada a encostar-me de cada vez que as espadas ficam apontadas na minha direcção.
Seja como for, tem que haver como escapar - pelo menos é nisso que penso quando olho para o céu azul ou para as estrelas na escuridão. É difícil olhar em frente quando estamos assim - encurralados, num beco sem saída ou com espadas a encostarem-nos à parede - mas podemos sempre olhar para cima e perceber o espaço que ainda temos para crescer.
Quero acreditar que olhar à minha volta e ver tudo aquilo que quero, e ainda não alcancei, me vai fazer descobrir o caminho para as alcançar. Quero acreditar que nenhum beco me vai impedir de ver as inesgotáveis opções no horizonte. Quero, e vou, acreditar nas boas ferramentas que me podem ajudar a sair daqui; e até nas más, que me vão trazer a sabedoria necessária para não as utilizar.
Eu sei que, mais cedo ou mais tarde, vou sair daqui. O meu único medo: é que seja mais tarde. Estaria tudo bem se eu fosse a, única, responsável por esta situação; mas não, não sou e isso é que me custa (dói mesmo). Custa-me, também, ver o tempo a passar e saber que, mesmo que eu seja capaz de sair, ele nunca vai voltar para trás.

Podem ver aqui o post referente a este texto no blog.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Pequenas histórias #1


Estou a escrever-te outra vez. Demorei alguns minutos até escrever a primeira frase; confesso que foi difícil – primeiro – controlar um sorriso e – depois – uma gargalhada. Ainda estou a tentar parar este riso, que só aparece quando não deve, porque nada disto tem graça.
Deixaste-me, aqui, sozinha na única vez que te pedi para ficares. Não te estou a condenar, porque a verdade é que, até hoje, te abandonei sempre que pude. E, por mais que me custe, sei que o irei fazer mais vezes. Não consigo, mesmo quando quero, ficar quando estás ao meu lado; quando estás só comigo e me queres inteira só para ti. Quando te conheci pensei que fossemos como ímanes, sabes? Pensei que a tua proximidade seria, por consequência, a minha proximidade também. Acreditei que desta vez seria capaz de ser inteira contigo; mas talvez me tenha esquecido de uma coisa: entregar-me sem reservas. Porque a verdade é que se uma parte de mim quer, finalmente, deixar de resistir, a outra só consegue procurar a saída mais próxima.
E agora, estou eu aqui – sentada na minha cama (que tantas vezes foi nossa) – a pedir-te para voltares. Só eu para cair, repetidamente, nestas contradições e achar graça a esta ironia. Sim, ainda não consegui parar este (maldito) riso.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Ideias (mais ou menos) descabidas - parte IV.


«Comecei a imaginá-lo ao meu lado, todos os dias, a conversar e a rir-se – muito – comigo. Imaginei mil diálogos, retratei outros tantos ao espelho e esperei, muitas vezes, que ele estivesse do outro lado para me responder. Foi sempre assim quando gostei de alguém: uma grande peça de teatro a acontecer à minha volta e que mais ninguém vê. Não foi diferente com o Luís; a única coisa diferente foi a estranheza com que encarei esta nova peça de teatro na minha vida. Primeiro veio a culpa – essa maldita – por me sentir, assim, tão bem e, de certa forma, feliz. E depois veio o medo de estar feliz – não era suposto continuar triste?
Tive medo de ensaiar esta peça, de decorar o texto, de experimentar o figurino e de que chegasse – finalmente – o dia da estreia. Tive medo de nunca mais o ver – e só o tinha visto duas vezes – e de que esta sensação de corpo leve não desaparecesse. Tive, no fundo, medo de que este fosse só mais um sentimento pesado de mais para mim. Estaria eu pronta para que esta peça se tornasse realidade? Mesmo sem saber a resposta a esta pergunta, o Luís não me saia da cabeça; e então, não lutei contra isso e deixei-o ficar.»

Para quem não conhece esta saga das ideias (mais ou menos) descabidas, pode encontrar o restante aqui, aquiaqui e aqui :)

domingo, 14 de junho de 2015

Das melhores coisas.


Hoje é dia de Rubrica no A Few Lines; e também é dia de voltar ao DreamCate depois de uma pequena ausência. Espero que continuem desse lado :)


Melhor do que voltar a casa depois de uma viagem é partir para a iniciar. Há quatro dias madruguei para começar mais uma aventura; ontem regressei a casa com a sensação de missão cumprida e a desejar que a próxima não demore muito a chegar. Hoje já recordo com saudade a cidade, os passeios pelas ruas, os museus e todos os pormenores que nos fazem querer voltar.

É sempre assim: antes de ir antecipo o que vou fazer e o que quero ver; quando volto fico a imaginar o que estava a fazer se ainda lá estivesse. Passo os primeiros dias a gerir as saudades das rotinas que, inevitavelmente, se estabelecem quando estamos fora e a habituar-me, novamente, à realidade. Ainda hei-de estar nisto na próxima semana. 
E o melhor de tudo é saber que lá estive e que aproveitei todos os dias da melhor maneira. Londres (também) foi assim.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Sobre os pequenos passos.


No sábado dei-vos a última novidade do DreamCate. Ainda se lembram? Pois é, vou passar a escrever uma rubrica semanal para o A Few Lines :)

A primeira rubrica já está por lá (e por aqui), saiu ontem e não hoje como tinha dito. Houve uma alteração e as minhas rubricas passam a ser publicadas ao Domingo e não à segunda-feira como vos tinha dito. Espero que gostem!


«Não existe uma maneira perfeita de começar, nem de dar os primeiros passos.»
Foi assim que, há cerca de sete meses, iniciei o meu blog. No dia em que a escrevi foi só mais uma frase no meio de muitas, mas agora que a leio – em voz alta – percebo perfeitamente o que queria dizer. Os começos são difíceis, cheios de altos e baixos; há até quem diga que constrói castelos com as pedras que aparecem no caminho.
Eu ainda não tenho pedras suficientes para construir o castelo, mas já tenho um abrigo bem confortável de onde vos escrevo. Espero que esta seja a primeira de muitas rubricas e que este percurso me traga mais algumas pedras – afinal quem não gostaria de trocar um abrigo por um castelo?

sábado, 6 de junho de 2015

Blogger A Few Lines.


Hoje trago-vos uma novidade! Esta semana fui convidada para escrever uma rubrica semanal para a página do facebook A Few Lines e, como já devem ter reparado, aceitei esse desafio :) É óptimo saber que quem está desse lado gosta do que lê e que reconhece valor para fazer parte destes projectos.

As minhas rubricas sairão às segundas-feiras e espero que gostem do que vou apresentar por lá. Podem ler a primeira rubrica já na próxima segunda-feira :)

Por agora deixo-vos com o meu texto de apresentação na A Few Lines.

Chamo-me Catarina, tenho 26 anos e sou de Santa Maria da Feira. Sou Psicóloga de formação e uma das coisas que mais gosto de fazer é escrever. A escrita é uma paixão antiga, há cerca de 10 anos que escrevo de forma mais ou menos regular e no final de 2014 criei um blogue onde publico textos antigos (A Sabedoria dos 17) e recentes (Escrita em dia) - http://dreamcate.blogspot.pt/. Perdi o medo, decidi arriscar, e descobrir se há alguém por aí que goste daquilo que eu escrevo.
Para além da escrita, não passo sem um bom livro, sem jogar ténis e uma boa viagem de vez em quando. Sou uma optimista inveterada, por isso mesmo quando pareço estar a desistir é quando acredito mais ainda.
Há dez anos escrever ajudou-me a sobreviver à adolescência, hoje em dia ajuda-me a sobreviver ao dia-a-dia e a dar nomes a tudo o que vou sentindo. Espero que gostem das minhas rubricas por aqui, que passem pelo DreamCate e acompanhem as minhas aventuras literárias!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Ideias (mais ou menos) descabidas - parte III.


«Lembro-me do nosso primeiro encontro. Não me lembro como se tivesse sido hoje, mas como se tivesse acontecido ontem – recordo a sensação maravilhosa do dia seguinte e de o reviver (até à exaustão) naquela manhã de sábado. Lembro-me das mil borboletas que semeaste no meu estômago nessa noite – se fechar os olhos ainda as consigo sentir – e da vontade que tive de ficar contigo até de manhã.
Levaste-me a jantar e passámos o tempo todo a conversar. Não houve nem um segundo em que faltasse assunto ou vontade de falar – quantas pessoas encontramos na vida com quem isso acontece? Eu, até hoje, encontrei poucas e nenhuma como tu. Querias saber tudo sobre mim e ouviste todas as minhas respostas como se fossem as mais interessantes e importantes do mundo. Senti que, naquele momento, não havia ninguém a ser ouvida assim. Falámos de tudo e de nada, rimos muito (mesmo) e no final do jantar não tiravas os olhos de mim, como se eu fosse fugir se me perdesses de vista. Não consegui decifrar o teu olhar naquele dia – nem em nenhum dos milhares de dias que tivemos depois desse –, mas a certeza de que estavas ali, inteiro, e que me querias só para ti foi tão forte que soube que perder-me no teu olhar, e em ti, ia ser apenas uma questão de tempo – estava completamente apaixonada por ti.
Quando saímos do restaurante sentia-me a flutuar – só pensava que não tinha bebido assim tanto – e não conseguia parar de sorrir. Continuaste a falar – e eu já gostava tanto do som da tua voz – e perguntaste-me, quase em jeito de resposta, se eu sabia como era bonita e como era impossível tirar os olhos de mim. Foi o único momento da noite em que um de nós ficou sem palavras – eu; e enquanto tentava sorrir, esconder a minha cara, que devia estar mais do que corada, e dizer alguma coisa – isto tudo mais ou menos ao mesmo tempo -, tu olhaste, bem fundo, nos meus olhos e puxaste-me para ti. Colocaste uma mão nas minhas costas, a outra na minha face e puxaste-me para ti com toda a força e, ao mesmo tempo, com todo o carinho. Fiquei a escassos centímetros da tua cara, dos teus olhos, da tua boca e foi então que, com um pequeno movimento, te chegaste à frente e me beijaste – os teus lábios nos meus lábios. Nesse momento, percebi exactamente o que queria dizer aquela velha expressão “borboletas no estômago” – senti que no meu moravam todas as borboletas do mundo.»

Continuo desaparecida, mas sempre a escrever! :)

terça-feira, 2 de junho de 2015

Monólogo.


Enquanto subia estes degraus intermináveis só conseguia pensar em ti - parecia que estavas a encorajar-me e a sussurrar-me ao ouvido o quanto gostavas de o fazer comigo. Agora que estou aqui em cima - e que mal consigo olhar para baixo - sinto um frio na barriga que não sei se é do medo que tenho de saltar, ou das borboletas que deixaste dentro de mim. Se estivesses aqui comigo saltávamos os dois - bem agarradinhos - a rirmo-nos em mil gargalhadas. 
Dei-me conta de que nunca mais faremos isto juntos; na verdade, não faremos mais nada juntos. Tenho tanta vontade de saltar como de descer as escadas - que tenho atrás de mim - a correr. Se estivesses aqui eu ia; vou fingir que estás aqui - só hoje. Já chega de respirar fundo; é só um passo em frente em queda livre até entrar na água e voltar, abruptamente, à realidade.
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