terça-feira, 31 de março de 2015

Do discurso directo para o discurso indirecto.


- Há muito que não passava uma noite agradável…
- Nem eu!
- A chuva parou! Mas o frio voltou! Que cena!
- Tive uma ideia! E se... fossemos para casa, lá está bem mais agradável!
- Um copo de vinho... uma boa conversa! Condimentos para uma noite bem passada...
- É mesmo isso que me apetece! Mas...espera...lembrei-me que...
-  Não me digas que esqueceste as chaves no escritório....como de costume!
- Claro que não! Desta vez esqueci-me delas no carro...
- Melhor assim...

Disseste-me que há muito que não passavas uma noite agradável, como esta, e a verdade é que nem eu. Até a chuva parou para nos proporcionar uma noite em grande! Sei que não gostaste que o frio tenha voltado, ou não fosses tu o maior dos friorentos, mas que cena maravilhosa não haver chuva e a noite estar cheia de estrelas.
Acabei por ter uma ideia para terminar o nosso encontro da melhor maneira: irmos para casa pois lá estaria, com toda a certeza, bem mais agradável. Já só conseguia pensar num copo de vinho e numa boa conversa – condimentos para uma noite bem passada. Disseste logo que era mesmo isso que te apetecia, mas lembraste-te de alguma coisa que te fez hesitar. Distraído como és, só te podias ter esquecido das chaves no escritório como de costume. Antes que tivesse tempo para me zangar contigo, olhaste para mim e sorriste enquanto apontavas para o carro. Desta vez tinhas-te esquecido delas no carro. Melhor assim – estavam perto e num instante estaríamos em casa.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Quando eu tentava escrever contos - parte II.


Não era a primeira vez que te observava enquanto saias de casa, cabisbaixo, entre os livros que carregavas debaixo do braço. Parecia que carregavas o mundo nos ombros, como se um erro, um passo em falso ou até um desvio de olhar o fizessem desmoronar, para sempre. Nunca percebi muito bem a cruz que carregavas, ou talvez o pesadelo que vivias para que o teu rosto vivesse sempre tão fechado como um dia de Inverno.
Mas as minhas atenções não se centravam só em ti. Também havia a Joaninha, a vizinha do lado, que passava metade do dia a tomar banho e outra metade a lavar a casa, diziam que tinha medo da imundice. Mas as pessoas dizem muita coisa. A Joaninha vivia sozinha desde o dia em que o marido a abandonara e fugira da aldeia com outra mulher. Dizem que desde então passou a lavar-se com lixívia, para se purificar das marcas daquele homem traiçoeiro. Se é verdade ou não, eu não sei, até porque a Joaninha nunca se deixou levar pelas cartas de vidente da minha mãe e nunca lhe contou a vida toda, como quase toda a gente aqui da aldeia. A Ti e à Joaninha, eu observava com a atenção redobrada pois nunca vos tinha visto de perto, não tão de perto como todos aqueles que de forma assídua, e outros nem tanto, apareciam na sala das cartas da minha mãe.
Vivias na casa em frente à minha há menos de um ano, mas eu parecia conhecer-te desde sempre. Além de nunca te ter falado e nem sequer ter estado perto de ti, conhecia melhor do que ninguém os teus passos, as tuas feições, as tuas expressões e melhor do que tudo os teus olhos, que não consegui esquecer desde o primeiro dia em que te espiei, como sempre fazia na chegada de novos vizinhos à aldeia. Eram azuis e pareciam despertar a atenção de tudo aquilo em que punhas a vista em cima, como se o mundo conseguisse parar por instantes para te ver passar. Também me recordo, que nesse primeiro dia, estavas tão cabisbaixo como em todos os outros que se seguiram, que carregavas as malas como se do mundo se tratasse e pensei, por momentos, que não ia gostar nada de te observar. Mas foi só o tempo suficiente para perceber que não eras como mais ninguém, e que conhecer-te, nem que fosse de longe, era um objectivo, uma missão que não podia deixar de abraçar. Sempre foste um mistério (para mim, e não só.) Lembro-me, como se fosse hoje, das pessoas que vieram bater à porta da sala de cartas da minha mãe, na semana em que chegaste à aldeia. A Maria da mercearia, a Luísa do talho, a Clara das flores, o Senhor Eduardo e o Senhor Américo, que era e é o dono da casa em que moras. Até tive esperanças de que a Joaninha aparecesse, naquela euforia de entra e sai que se viveu cá em casa naquela semana. Todos queriam a mesma resposta, ‘o que escondiam vocês’. E a minha mãe, que sempre esteve longe de saber o que dizem as cartas, se é que dizem alguma coisa, ficou realmente aflita e temeu pela primeira vez que descobrissem que estranhas éramos nós e que ela era tudo menos vidente. Eu sempre soube que ninguém acreditava, que as pessoas começaram a aparecer por curiosidade e que se deixaram convencer pelos conselhos sábios que a vida se encarregou de deixar à minha mãe, só isso. Nunca acreditaram que as cartas, que os homens utilizavam para apostar parte do seu dinheiro aos domingos à tarde, soubessem assim tanto. A minha mãe encarnou tão bem o papel, acreditou tanto na mentira que criou que muitas vezes parecia convencida de que as cartas lhe diziam realmente alguma coisa.
Como seria de esperar ela não sabia qual era o vosso mistério por isso, e porque o trabalho o exigia, fez-me companhia na janela do meu quarto. Não sei o que conseguiu ver ou o que inventou para que toda a gente ficasse satisfeita com as respostas, e o que disse não deve ter sido bom porque todas as consultas foram dadas quando eu estava na escola, para não correr o risco de por algum acaso mais triste, ouvir alguma coisa. Mal sabia ela que tantas vezes me escondia debaixo daquela mesa e que sabia tanto da vida de toda a gente como ela própria. Até hoje não sei o que foi dito naquelas consultas, mas acho que uma boa parte de mim teme um dia vir a saber a verdade.

quinta-feira, 26 de março de 2015

“Em Busca das Borboletas” I Volume de Margarida Pizarro


Como já vos tinha dito, o primeiro livro que pedi à Chiado Editora foi o “Em Busca das Borboletas” de Margarida Pizarro. Acabou por não ser o primeiro a ser apresentado na Leitura em dia, mas hoje chegou a vez dele.

Vamos começar por ler a sinopse, sim?

Sinopse:
Maria Mendes é uma luso-americana apaixonada por moda que decide mudar-se para Nova Iorque em busca dos seus sonhos.
Inseparável das suas melhores amigas Joan e Alicia, Maria vive uma amizade com laços profundos impossíveis de ser quebrados, onde as suas vidas entrelaçam-se em momentos lindos e hilariantes.
O seu mundo aparentemente perfeito e de paz é alterado quando conhece o sexy e irresistível futuro candidato a Mayor, Dale Sloan. Sem conseguirem evitar, apaixonam-se perdidamente vivendo uma intensa história de amor. Mas as diferenças entre os seus mundos podem ameaçar a sua felicidade, manchando com dúvidas o futuro a dois que eles tanto ansiavam viver. Será que o amor vence todas as barreiras?
Um romance que nos faz entrar, ao mesmo tempo, no mundo mágico da moda e na realidade viciante da política americana.
Alegria, drama, acção, suspense, diversão, paixão e muito amor numa história mágica que nos leva a rir e a chorar.

Este livro foi, definitivamente, de encontro às minhas expectativas. Mal olhei para a capa e para o título pensei: eu tenho que ler este livro. Começando pelo título – que é muito bom – e passando pela história – que é deliciosa e faz as nossas próprias borboletas voar –, este livro tem os ingredientes necessários para cativar o leitor da primeira à última página.
A história tem como personagem principal a Maria Mendes, licenciada em Marketing, apaixonada por moda e pelas suas melhores amigas – a Alicia e a Joan. A vida dela começa a mudar quando vai trabalhar numa das mais importantes revistas de moda e muda completamente quando conhece Dale Sloan. Dale vai ser responsável pelas maiores aventuras das borboletas da Maria, que nunca mais serão as mesmas.
Uma das coisas que mais gostei no livro foi a forma como a autora conseguiu descrever as borboletas no estômago da personagem principal. Conseguiu dar-lhes vida própria e transmitir ao leitor todos os seus movimentos – em que velocidade se encontravam, ao som de que músicas se iam mexendo –, sendo quase impossível não irmos experienciando as emoções da personagem.
A autora refere não se sentir uma escritora, mas sim uma contadora de histórias; na verdade, qualquer uma das definições lhe assenta como uma luva. Consegue transmitir muito bem as emoções e criar um enredo que nos deixa sempre com vontade de ler mais um capítulo. E a forma como o livro termina só dá vontade de ir a correr comprar o II Volume (sim, já sabem qual é o próximo livro que vou apresentar por aqui)! 

Leiam este “Em Busca das Borboletas”, prometo que não se vão arrepender! :)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Tag Amo/Odeio

Como já devem ter reparado, a blogoesfera anda em maré de Tags. E eu acabei por não escapar a mais uma! :)
Fui nomeada pelo blog Arte e Cor e pelo Cantinho da Marshmallow para responder à Tag Amo/Odeio.



Regras:

- Dizer 10 coisas que amas e 10 coisas que odeias;
- Indicar 10 blogs para responderem à Tag;
- Colocar a imagem da Tag;
- Colocar o link de quem te indicou a Tag.

10 coisas que amo:

- Escrever;
- Ler;
- Jogar ténis;
- Viajar;
- Nadar;
- Dormir;
- Séries;
- Calor;
- Sushi;
- Cães e gatos.

10 coisas que odeio:

- Atrasos (meus e dos outros);
- Abelhas;
- Acordar cedo;
- Que me "empurrem" comida;
- Frio;
- Chuva;
- Carne mal passada;
- Cheiro da lixívia;
- Erros ortográficos;
- Trânsito.

Não vou nomear ninguém porque acho que quase toda a gente já foi nomeada para responder. Mas a quem ainda não foi, sintam-se à vontade para responder! :)

terça-feira, 24 de março de 2015

Nove frases e seis dois pontos.


Pensei tanto naquele momento: ia ser o nosso pior dia. Ainda não tinha acontecido, nem tinha data marcada, mas era impossível não o sentir como tal. Escolher o melhor momento e o melhor dia para ser o pior: haverá maior incongruência? Depois pensei em tudo o que tinha para te dizer e em tudo o que não devia, por muito que quisesse, dizer-te: acabei por trocar tudo. Era previsível: sou péssima a preparar conversas. Foi sempre assim. A verdade é que, dissesse o que dissesse, não havia volta a dar: tínhamos mesmo que terminar. Podia ter inventado uma ou duas mentiras e talvez tivesse tornado tudo mais fácil; mas ia doer na mesma. Se fosse hoje teria feito tudo igual: sei bem disso.

segunda-feira, 23 de março de 2015

Imaginar.


Imagina o meu mundo a desmoronar-se. Imagina-me, a mim, a deixar de existir. Imagina-nos, a nós, a acabar. Não queres imaginar? Eu também não. É nestas alturas que nos foge a razão, que um coração nos bate no peito com raiva por sermos, assim, tão frágeis.
Se por um lado foges tu, por tudo o que não somos e o que não queremos ser, por outro, fujo eu. Não por não querer ficar, mas por querer ser sempre mais (e demais), por sonhar que um dia, vamos ser diferentes. Mas não vamos pois não? Pelo menos não vamos ser mais do que o que já somos. Isso não chega. Não chega. Se chegasse seriamos todos felizes, mas não somos.
Podíamos recriar a nossa felicidade. Aposto que isto já queres imaginar, não queres? Eu também. Imagina-me entre sorrisos e vontades, que eu sei, que podem ser nossos. Guarda-nos dentro do peito, para que um dia eu possa ir embora. Enquanto isso eu vou viver, porque imaginar dá com o meu coração em doido.

sábado, 21 de março de 2015

Dia Mundial da Poesia.


Hoje, para além de ser o Dia Mundial da Poesia, é também o dia do lançamento da Antologia de Poesia "Entre o Sono e o Sonho" Vol VI da Chiado Editora. E que boa maneira de comemorar este dia, com o meu primeiro texto editado.

O lançamento é hoje às 16h, mas entre as 14h e as 15h o Gonçalo Nuno Martins, responsável pela selecção dos poemas da Antologia, estará na TVI24 a falar sobre a obra e a poesia portuguesa.


Deixo-vos o Booktrailer da Antologia e, mais uma vez, o meu poema!


Eu não estou sempre aqui.
Raramente estou em mim, mesmo quando te sorrio e te passo a mão na cabeça.
Eu não estou sempre aqui.
Até quando danço e me desfaço no meio de ti
E nos momentos em que me esqueço de tudo
Eu não estou sempre aqui.
Nem quando falo pelos cotovelos e me rio em gargalhadas até não poder mais
E mesmo quando choro e insisto em dizer que estou triste
Eu não estou sempre aqui.
Mesmo quando gostas de mim.

quinta-feira, 19 de março de 2015

A Despedida.


Ainda se lembram da novidade que vos dei na última sexta-feira? Pois é, mais um texto meu vai ser editado e hoje decidi partilhar convosco mais uma parte desse texto :) 
O resto têm que ler na colectânea, que tem lançamento previsto para Maio. 


«Não tenho bem a certeza do que te quero dizer, se é que quero mesmo dizer alguma coisa. Nem sei se devo esclarecer tudo de uma vez, talvez seja melhor deixar andar e esperar que um dia não precise de dizer nada. Que um dia olhemos um para um outro, mesmo sem nos vermos, e consigamos perceber porquê. Porquê?
Às vezes tenho a sensação de que nunca vou saber, de que por mais que tente, por mais que pense em tudo que o que aconteceu, nunca vou perceber. Mesmo quando tento reconstruir mentalmente cada passo, cada falha…parece que não faz sentido. Tu estavas lá, só para mim. Eu estava lá, só para ti. Era assim, tão fácil como parece não era? Era só dar as mãos, sorrir e continuar. Mas não foi assim.
Tenho a impressão que nunca mais demos as mãos como antes, que nunca mais senti a tua palma contra a minha como se me quisesses só para ti. E tenho a certeza de que nunca mais olhaste para mim, como quem me lê por dentro, que nunca mais estiveste apaixonado por mim em nenhum dos milhares de olhares que trocámos depois disso. Estavas sempre nostálgico como se me perguntasses a cada segundo, a cada pestanejar, o porquê de tudo aquilo. Porquê?
Sentia-te a cobrar uma resposta a cada momento que passava. Cada olhar era o despejar da raiva, do ressentimento e do desprezo…que querias sentir. Mas não sentias. Acho que isso era o pior de tudo para ti. Não sentir o mal que te fiz. Mesmo que não estivesses apaixonado de cada vez que me olhavas nos olhos, de todas as vezes que viravas costas, querias abraçar-me para sempre. A mim doía-me, terrivelmente, por saber que isso nunca iria acontecer. A ti, por saberes que era o que mais querias.
Nesses momentos sentia que nunca me ia perdoar e, pior do que isso, sabia que tu nunca me irias perdoar verdadeiramente. (...)»

terça-feira, 17 de março de 2015

Travessão seguido de vírgula e travessão isolado.


Não era a primeira vez que te sentavas ali – naquele banco –, enquanto fingias que não me vias e que a minha presença era desnecessária. Não era, definitivamente, a primeira vez – nem seria a última. Lembras-te de quantas vezes nos sentámos – ali -, quase lado a lado, sem nos falarmos? Eu confesso que perdi a conta – foram dias atrás de dias. Sabia que um dia ias ter coragem para olhares para mim e falares – já conseguia imaginar a tua voz. Só não conseguia imaginar o tempo que tinha que esperar por ti – e por mim –, quantos mais dias iriam passar até que o silêncio ficasse para trás e pudéssemos, finalmente, ser apresentados. Decidi esperar. Afinal, não é todos os dias que conhecemos alguém como tu.
  

sexta-feira, 13 de março de 2015

Colectânea "A Despedida" da Papel D'Arroz Editora.


Venho partilhar convosco mais uma excelente notícia! Um dos meus textos vai ser editado na Colectânea "A Despedida" da Papel D'Arroz Editora. O desafio era escrever um texto/uma história, com o máximo de 6 folhas, cujo o tema fosse a despedida. Mais uma vez aceitei o desafio e o meu texto foi seleccionado para integrar a Colectânea.

Estou muito satisfeita com este novo feito. É tão bom saber que gostam do que escrevo e, mais ainda, saber que tem valor para ser editado!

Em breve darei mais notícias sobre o lançamento da obra.
Para partilhar convosco a minha alegria vou publicar uma parte do texto seleccionado. Espero que gostem! :)


«(...)Percebi que me escorregavas por entre os dedos a cada segundo que passava e que, independentemente do que eu viesse a fazer ou a dizer, nunca irias voltar para mim e que nada iria ser como há poucos minutos. Então, choramos para tentar superar tudo o que vinha pela frente. Tu, por saberes que não irias conseguir ultrapassar tudo aquilo e que por isso, nunca me irias perdoar. Eu, por outro lado, sabia que teria que fazer de tudo para que me perdoasses.
Sabes o que me doeu mais naquele momento? Foi pensar que podias ser o amor da minha vida. Aquele que toda a gente diz que só há um. Comecei a perceber que nos estávamos a perder para sempre. E se tivesse que viver o resto da vida a aprender a gostar das pessoas por não te puder ter comigo? Imaginei essa dor de aprender a gostar; de me lembrar de ti de cada vez que olhasse dentro dos olhos de quem me quisesse bem; de que a qualquer momento me iria lembrar de ti e te poderia ver ali, à minha frente, no lugar de quem lá estaria realmente. E chegarei mesmo a lembrar-me – consegui sentir essa dor em antecipação.(...)»

“Duas Vidas” de Sheliza Firoz Hajiani

Lembram-se da minha parceria com o Chiado Editora? Pois bem, começou logo com um pedido da Editora para ler e escrever uma crítica sobre o livro “Duas Vidas”.

Vamos a isso?

Sinopse:       
Melanie tinha algo que qualquer rapariga desejava: popularidade. Entretanto, faltava-­lhe algo essencial: família unida e feliz. Ela nunca se tinha apercebido do quão distante era a sua relação com a família até que foi obrigada a mudar de casa, escola e cidade. Sentia­-se infeliz e magoada bem como receio ao ter que deixar a sua popularidade.
Foi conhecendo novas pessoas, contudo, meteu-­se em más influências. Melanie viu­-se a entrar num mundo paralelo onde tudo que pensava que seria incapaz de fazer, se realizava. Ficou hipnotizada pelas palavras dos seus "amigos", fazendo de tudo para se integrar num grupo e, consequentemente, vendo a sua vida virar ao avesso. Escrevia, constantemente, os seus sentimentos para libertar a sua angústia de não conseguir parar. Ela já não se reconhecia.
Aquela rapariga, meiga e simpática, já não era a mesma Melanie...

Sheliza Firoz Hajiani, actualmente com 16 anos, iniciou aos 12 anos a escrita do seu primeiro livro - “Duas Vidas”.
            “Duas Vidas” é um livro que aborda temas muito pertinentes para os dias de hoje – a ausência parental no dia-a-dia dos filhos, a dependência da droga e do álcool e as más influências que, invariavelmente, encontramos no nosso caminho – e que é protagonizado por uma adolescente, a Melanie, que se vê enredada numa série de situações que nunca pensou viver. Uma adolescente apanhada no meio da vida profissional dos pais, obrigada a mudar de cidade e a deixar para trás todas as suas referências e portos seguros – os seus amigos, a sua casa e a sua cidade.
            É um livro interessante, escrito com muita ânsia (e intensidade também) – são perceptíveis os pensamentos da autora a fervilhar em cada página – e que espelha a realidade de muitas famílias. A complexidade da história é coerente tanto com a mensagem que quer transmitir como com a idade da escritora. Para quem gosta de escrever e escreve desde pequena, como eu, consegue perceber nas palavras da Sheliza a sua imaginação e criatividade.

            No entanto, gostaria de referir uma coisa de que gostei menos: alguns erros ortográficos e gramaticais. Mesmo sendo um livro escrito por uma jovem de 12 anos, considero que esses erros deveriam ser corrigidos e evitados. 

terça-feira, 10 de março de 2015

Sete frases e cinco parênteses.


Pergunto-me o que seria de (todos) nós sem ti. Ou melhor, o que seria de mim se nunca estivesses aqui (tão perto e tão longe) e se tivesse que me habituar a ausências (ainda mais) prolongadas. A vida que me dás (sempre que apareces) é como uma força que me empurra na direcção certa – nada de errado pode acontecer enquanto cá estás. É difícil encontrar palavras para te descrever. É (muito) mais fácil aproveitar cada momento contigo, saborear-te como se não fosses voltar a aparecer tão cedo e guardar as palavras só para mim. Sabes que estou a falar de ti, não sabes? Pergunto-me o que seria de mim sem ti, Sol.

segunda-feira, 9 de março de 2015

Liebster Award.

Esta semana vai começar com mais um post diferente o habitual. Fui convidada pela Jéssica Carvalho - do blog O meu outro lado eu - para responder a um Liebster Award que tem como objectivo promover blogs com menos de 200 seguidores.
Espreitem o resultado!


11 factos sobre mim:

1 – Sou uma optimista inveterada.
2 – Adoro viajar.
3 – Não sei se já repararam, mas gosto muito de escrever.
4 – Não passo sem um bom livro.
5 – Passo muito mal (mesmo!) sem jogar ténis.
6 – Nada como um bom mergulho no mar, de preferência num que seja bem quentinho.
7 – Gosto de finais de tarde de Primavera e Verão.
8 – Dormir é uma verdadeira maravilha.
9 – Detesto abelhas.
10 – Cães e gatos mandem vir, gosto de todos.
11 – Sou Psicóloga, sabiam?


1.                 Porque decidiste criar o teu Blog?
Decidi criar o DreamCate porque achei que já estava na altura de abrir o baú e mostrar ao mundo a minha escrita. Agora sei que já o devia ter feito há (muito) mais tempo.
2.                 Em que consiste o teu Blog?
O DreamCate é um Blog de letras – onde partilho os textos que escrevo actualmente (Escrita em dia) e alguns textos mais antigos (A Sabedoria dos 17) – no qual pretendo divulgar a minha escrita e todos os projectos a que ela me possa levar.
3.                 Qual o significado do nome do teu Blog?
É uma boa pergunta, mas não é muito fácil de responder. Quando ganhei coragem para criar o Blog a única coisa que me faltava era um bom nome. Então comecei a experimentar combinações de palavras – em português e em inglês – até que surgiu DreamCate. Pronto, ficou no ouvido e o nome estava escolhido. Acaba por representar bem o Blog uma vez que escrever é, sem dúvida nenhuma, um sonho.
4.                 Quais são as tuas bloggers favoritas ?
Sigo e gosto de muitos Blogs, uns mais conhecidos outros nem tanto, por isso não é fácil eleger favoritos. Mas vou referir dois que sigo com especial atenção – o Written By Joana e o Portugal Saudade.
5.                 Quais são os teus objectivos para o Blog?
O principal objectivo é divulgar o que escrevo e chegar ao maior número de pessoas possível. A partir daí tudo o que vier é lucro!
6.                 Tiveste algumas inseguranças quando criaste o blog?
Tive muitas mesmo, daí só o ter criado agora. Na verdade acho que ainda tenho algumas, mas quem não tem?
7.                 Daqui a um ano, imaginas-te a continuar a vir ao Blog? E daqui a cinco anos?
Sim, imagino! Espero continuar a escrever e que o Blog cresça cada vez mais.
8.                 Tens alguma fonte de inspiração para o teu Blog?
A vida em geral e a minha (vida) em particular.
9.                 Houve alguma mudança na tua vida depois de iniciares o Blog?
Sim. Passei a escrever mais e fiquei com a certeza de que o posso fazer cada vez mais e melhor!
10.             Qual a tua opinião sobre o Blog que te nomeou?
Confesso que não conhecia, mas estou a gostar de conhecer. Tem um design bonito e aborda temas interessantes e variados.
11.             Tens alguma sugestão para o melhorar? 
Não, espero que continue como está e que possa crescer no futuro!

Não vou nomear nenhum blog para participar, mas desafio todos os que quiserem a responder a estas perguntas nossos vossos blogs! :)

quinta-feira, 5 de março de 2015

Lançamento da Antologia "Entre o Sono e o Sonho" - Volume VI.


Como já vos tinha dito - neste post -  a Chiado Editora seleccionou um poema meu para fazer parte da VI Antologia de Poesia Contemporânea "Entre o Sono e o Sonho". O lançamento da Antologia estava previsto para o mês de Março e soube por estes dias que já tem data marcada - 21 de Março. Será no Auditório dos Oceanos do Casino de Lisboa pelas 16h.

Infelizmente não vou conseguir estar presente no lançamento por questões geográficas. Mas gostava de convidar quem puder, e estiver por perto, a aparecer por lá!


Como Autora Antologiada estou, obviamente, ansiosa para pegar no livro e procurar o meu poema. Mesmo sendo só um poema, tão pequenino, não deixa de ser um motivo de orgulho saber que vai ser editado e lido por muita gente (ou pelo menos assim espero!).


terça-feira, 3 de março de 2015

Sete frases com um ponto e vírgula.


Era só mais um dia nas nossas vidas; no entanto, não era um dia igual aos outros. Senti o coração bater com mais força, como se fosse fugir-me do peito a qualquer momento; era definitivamente um compasso novo. Comecei a sentir tudo o que é esperado quando estamos perante uma situação nova; tive medo, muito mesmo, e por instantes dei ouvidos ao que me passava pela cabeça. Soube esperar, o tempo suficiente, até perceber que tinhas chegado; estavas ali para ficar e não ias a lado nenhum sem mim. Consegui perceber que tinha estado, sempre, à tua espera; agora era o momento de respirar fundo e aproveitar a tua chegada. Ainda bem que o soube fazer; na verdade, ainda bem que o continuo a fazer todos os dias. Não era um dia igual aos outros; no entanto, era o primeiro dia da nossa vida – juntos.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Sentir aos 17.


Eu não quero que me pegues na mão como quem me quer levar, não quero que te desfaças em palavras só para eu ter noção do que te vai na alma, nem que me sufoques com as minhas vontades. Não quero ouvir a tua voz todos os dias para não me esquecer das tuas palavras, nem sentir a tua pele para poder morrer de saudades.
Não quero que me faças sofrer de cada vez que eu me quiser só para mim, de cada vez que eu sinta uma vontade diferente.
Sabes, só não quero que percas as minhas certezas entre palavras e pensamentos, que as vendas em troca do meu amor.
Em vez disso, podes encostar a tua cabeça no meu ombro e sorrir as tuas alegrias sem cobrares a certeza do amanhã e do depois. Podes ficar o tempo que quiseres, desde que não me tires de mim. Podemos sentir, só. Eu quero.
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