quinta-feira, 30 de abril de 2015

Pares únicos.


Lembro-me bem do calor que fazia naquele dia e do ar quente - e pesado - que tanto custava respirar. Lembro-me, melhor ainda, das mil vezes que pensei em não ir ter contigo - era o nosso primeiro encontro. Mas no meio de todas as hesitações decidi ir furiosamente em frente.
Saí de casa, decidida e determinada, e fui ganhando confiança a cada passo que dava no asfalto fervilhante da cidade. Sentia-me uma descobridora, como se nunca ninguém tivesse feito aquele caminho - parecia que o estava a estrear de fresco. E perdida no meio desta força, que não sabia bem de onde vinha, vi-te ao longe a sorrir para mim. Senti-me fraquejar e, por momentos, pensei em recuar e deixar-me de descobertas; no entanto, no último segundo dei por mim a avançar com toda a determinação. E fui assim - prego a dentro - ao teu encontro.

(O desafio desta semana chega com dois dias de atraso. Espero que gostem e continuem desse lado, mesmo durante as minhas ausências!)

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Nuvens negras.


Hoje dei por mim a pensar em nuvens negras. Sim, em nuvens negras; e em como elas parecem tão pequeninas quando já não estão em cima da nossa cabeça.
Parecem monstruosas quando estão ali, paradas, e nos encaram e ameaçam não ir embora tão cedo. Até aqui vai-se aguentando: o pior é quando chove. Sim, é uma nuvem por isso, mais cedo ou mais tarde, acaba por chover; na verdade, acaba por chover mesmo muito - primeiro furiosamente, depois com a intensidade e ritmo necessário para saberes que veio para ficar e por fim, quando menos esperares, vai cair tão calmamente que nem vai parecer chuva. E então, quando parar, vais olhar para cima e vais vê-la no mesmo sítio: a olhar para ti. Não fiques zangado, ela está só a certificar-se de que estás, finalmente, preparado para ver a luz do sol. Vai esperar que deixes de olhar para a chuva que caiu - e que fez os seus estragos - e que mudes de cara - não vais querer receber o sol com a mesma cara com que encaraste a nuvem negra, pois não? Bem me parecia.
Depois do sol entrar...bem, depois dele entrar a nuvem gigante vai parecer minúscula; na verdade, vais ter a ligeira sensação de que nem sequer existiu - talvez tenha sido só um pesadelo. Mas, bem lá no fundo, sabes que a qualquer momento ela pode voltar. Ela vai voltar: só depois de aproveitares o sol.

terça-feira, 21 de abril de 2015

Arroubo.


Foi então que apareceste; confesso que, desta vez, estava mesmo à tua espera. O arroubo que provocavas em mim era, agora, inegável. Não tínhamos combinado nenhum encontro, na verdade mal tínhamos falado um com o outro; mas eu sabia que virias. Sabia, também, que não ficavas indiferente ao arroubo que eu sentia por ti - tive a certeza quando me olhaste nos olhos e sorriste.

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Ruar.



Hoje é sexta-feira: o melhor dia da semana. A única coisa que me apetece fazer é correr para ti, pegar-te pela mão e levar-te por ai; apetece-me ruar e não ter data para voltar. Vamos ruar? Sempre quis fazer isso - sair por ai sem destino - e contigo seria, simplesmente, perfeito.

(Os tais textos com palavras esquisitas :) )

sábado, 18 de abril de 2015

Por favor, que não seja mais tarde!


Sinto que, sem sombra de dúvidas, me encurralaram. Sim, sinto que fui encurralada. Ao longo do tempo fui sendo, suavemente, encurralada. E agora, chegado este momento, que percebi não haver por onde fugir vou ter mesmo que parar. Vou ter que parar para pensar e, quem sabe, descobrir como sair daqui.
Primeiro gostava de perceber como vim aqui parar e como, de repente, não há uma saída. Também gostava de entender porquê que não vi que estava a chegar a este beco. Talvez não seja um beco sem saída, mas sim uma parede fria onde sou obrigada a encostar-me de cada vez que as espadas ficam apontadas na minha direcção.
Seja como for, tem que haver como escapar - pelo menos é nisso que penso quando olho para o céu azul ou para as estrelas na escuridão. É difícil olhar em frente quando estamos assim - encurralados, num beco sem saída ou com espadas a encostarem-nos à parede - mas podemos sempre olhar para cima e perceber o espaço que ainda temos para crescer.
Quero acreditar que olhar à minha volta e ver tudo aquilo que quero, e ainda não alcancei, me vai fazer descobrir o caminho para as alcançar. Quero acreditar que nenhum beco me vai impedir de ver as inesgotáveis opções no horizonte. Quero, e vou, acreditar nas boas ferramentas que me podem ajudar a sair daqui; e até nas más, que me vão trazer a sabedoria necessária para não as utilizar.
Eu sei que, mais cedo ou mais tarde, vou sair daqui. O meu único medo: é que seja mais tarde. Estaria tudo bem se eu fosse a, única, responsável por esta situação; mas não, não sou e isso é que me custa (dói mesmo). Custa-me, também, ver o tempo a passar e saber que, mesmo que eu seja capaz de sair, ele nunca vai voltar para trás.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Rubicundo.


Nada iria estragar este final de tarde. Há quanto tempo não víamos um pôr-do-sol, assim, juntos? Sabias bem como gostava de ver o sol entrar no mar; também sabias como me perdia a observar a panóplia de cores que o sol (e o céu) nos oferece nestes momentos. E neste final de tarde o rubicundo imperava.

Pequenos textos com palavras esquisitas?! É o que vão ver por aqui até à próxima quinta-feira.
Divirtam-se!

quarta-feira, 15 de abril de 2015

"Em Busca das Borboletas" II Volume de Margarida Pizarro.

Lembram-se da minha última crítica (aqui)? O que vos trago hoje é uma espécie de continuação :)

Acabei ontem de ler o volume II do livro “Em busca das Borboletas” da Margarida Pizarro. Acabei ontem, mas podia muito ter acabado antes. Sabem quando gostamos muito de uma série e percebemos que os próximos episódios são os últimos? Pronto, foi mais ou menos isso que me aconteceu – quando percebi que o livro estava a chegar ao fim fui desacelerando (a muito custo) a leitura para que ele durasse mais e eu não tivesse que me despedir da Maria e do Dale.

Depois de um primeiro volume tão bom e entusiasmante, estava mais do que curiosa para ler a continuação e descobrir o que por aí vinha. Quando terminei a primeira parte fiquei ansiosa que o próximo volume chegasse – não conseguia parar de pensar no que mais iria acontecer nesta bela história de amor. O final do primeiro volume deixa-nos sem saber que rumo irá levar a história da Maria e do Dale – qual o motivo da separação, quando voltam para os braços um do outro (tinham que voltar!) e que grande final estará guardado para este casal e para os seus amigos. O segundo volume trás as respostas a estas perguntas e muito mais. Desde um pedido e um casamento de sonho, passando por um rapto e até ao final mais do que perfeito para todas as personagens, este livro (assim como o primeiro) tem todos os ingredientes para ser um conto de fadas dos tempos modernos. Um amor inspirador que vence todas as barreiras e que faz as nossas borboletas voarem bem alto.

Confesso que não sou a maior fã de contos de fadas, mas foi impossível não me render a esta história que nos prende da primeira à última página. Enquanto lia, dei por mim muitas vezes a imaginar as personagens, os locais e os figurinos descritos; e, outras tantas, parecia que estava a entrar numa série americana, daquelas que não conseguimos perder, por nada, o próximo episódio.


Só me resta dizer que aguardo o próximo romance da Margarida e que vale a pena lerem os dois volumes deste romance. Não se vão arrepender! 

terça-feira, 14 de abril de 2015

Quando escrevo sob pressão...


Eu ia estar lá - à tua espera - até decidires voltar para mim; mas, como já te conhecia, sabia que demorarias: sempre precisaste de muito tempo. Ontem, estavas aqui comigo, hoje, já não sei onde estás - por aí - sozinho. 
Tenho uma certeza: estou contigo onde estiveres! Estou ao teu lado, para sempre, mesmo que não consigas voltar; sei disso desde que partiste - aqui estarei sempre - e me deixaste; mesmo sabendo disto, vais demorar?
Quero-te aqui (se possível já), quero que estejas comigo - eu sei que queres...
Agora, aqui sentada, sei que fui egoísta. Devo dizer que: eu só pensei em mim, esqueci-me de ti, esqueci-me de nós; e, como já era esperado, tu vais querer ficar longe daqui - longe do nosso amor - , ou não fosses tão orgulhoso, como tu és, e teimoso: ninguém teima como tu, nem eu.
Volta para mim.

(...o resultado é esta confusão! O desafio mais difícil de sempre. Espero que leiam na mesma :) )

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A corrida dos Corações.


É uma corrida de corações. Dá-se bem mais do que um tudo por tudo, que um último esforço e um sprint na recta final. Ninguém fala para não se perderem sentimentos na imensidão que é uma boca; os sentimentos são precisos. O que valeria um coração vazio numa corrida de corações? (Nada).  São como pés descalços numa maratona, a desfazerem-se no asfalto a ferver. O objectivo é chegar ao fim sem falar, com os retalhos necessários, com as falhas que sentires por bem introduzir. Só te (me) peço para não ficares pelo caminho ou então, trocares tudo por uma corrida de pés descalços, onde quem chega primeiro perde.  

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sextas-feiras.


É o melhor dia da semana. Aconteça o que acontecer é, sempre, o melhor; mesmo quando temos muita coisa – chata – para fazer e só temos vontade que o dia seguinte chegue a correr. Não é fim-de-semana, mas é sempre como se fosse. Arrisco-me, até, a dizer que é bem melhor que fim-de-semana – é a antecipação dos dias seguintes, o combinar planos para aproveitar o, tão desejado, tempo livre e é esperar que chegue rápido mas, ao mesmo tempo, que demore o tempo suficiente para o aproveitarmos devidamente. As sextas-feiras são mais ou menos isto – a antecipação de tudo o que há de bom. E é também o dia em voltas para casa e te posso abraçar novamente (podia ter escrito só isto). Sempre gostei de sextas-feiras, mas talvez agora goste ainda mais.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Mais uma Tag - Liebster Award.


Fui nomeada pela Carolina do blog Asas Femininas para responder a mais uma Tag. O objectivo é divulgar blogs com menos de 200 seguidores, tendo o blogger que escrever 11 factos sobre si e responder às perguntas de quem o nomeou. Já respondi a esta Tag ou a uma muito parecida, de qualquer forma vou responder às perguntas da Carolina :)

Mais 11 factos sobre mim:

1 – Tenho 26 anos;
2 – Sou de Santa Maria da Feira;
3 – Sou Portista;
4 – Estudei em Coimbra;
5 – Uma das cores que mais gosto é o roxo (e suas variantes);
6 – Coloquei aparelho nos dentes, recentemente, pela segunda vez na vida;
7 – Gosto de cortar o cabelo (adoro mudanças radicais!);
8 – Se pudesse andava todos os dias de calções e de sapatilhas;
9 – Quando era pequena queria ser veterinária (e às vezes ainda quero);
10 – Adoro séries;
11 – Detesto acordar cedo.

As perguntas da Carolina:

  1. Há quanto tempo tens o blog? Como classificas a tua experiência?
O DreamCate nasceu em Novembro de 2014 – é um bebé prestes a completar meio ano de existência. Até agora a experiência enquanto blogger tem sido muito positiva, o blog tem vindo a crescer e é muito bom partilhar com os meus seguidores uma das coisas que mais gosto de fazer – escrever.

  1. Onde ambicionas chegar com este?
A minha ambição é continuar a escrever e espero que o blog me ajude nesse sentido. Pretendo chegar onde ele me puder levar!

  1. Quais os teus blogs inspiração?
Sigo muitos blogs e cada vez conheço mais blogs novos. Os blogs que mais gosto são os que têm um design bonito e, atrás do ecrã, uma blogger criativa que escreva bem, seja sobre que tema for. É o suficiente para me inspirar!

  1. Que tipo de posts te dão mais gosto fazer?
Todos aquele em que publico os meus textos.

  1. Porque é que criaste o teu blog?
Para partilhar o que escrevo. Escrevo desde a adolescência e decidi, finalmente, abrir o baú e partilhar os meus textos. Agora sei que já o devia ter feito antes, mas antes tarde do que nunca.

  1. Que forma usas para divulgar o teu blog?
Utilizo as redes sociais – o Facebook e o Google+. Essencialmente o facebook através da página do blog e dos grupos de divulgação.

  1. És uma pessoa feliz e realizada?
A nível pessoal sim. A nível profissional ainda falta um bocadinho (grande) para lá chegar, mas vou chegar lá!

  1. Quais/Qual o/os tema/as que expões no teu blog?
Exponho tudo aquilo que me apetecer escrever. Não tenho temas específicos dos quais falo, mas tenho duas grandes etiquetas que são a imagem do blog – Escrita em dia (onde publico os meus textos recentes) e A Sabedoria dos 17 (onde publico os textos mais antigos).

  1. O que não gostas de ver em outros blogs?
Blogs com música de fundo e muita bonecada.

  1. Qual a tua opinião a cerca do blog que te nomeou?

Confesso que não conhecia, mas do que já vi gostei e a partir de agora vou passar a seguir.


Não vou nomear ninguém, mas convido quem quiser a responder a estas perguntas. É sempre bom conhecer melhor quem está desse lado! :)

terça-feira, 7 de abril de 2015

A pontuação e o sentido das frases.


Carlos (filho de) Luís comprava – sempre que a ocasião o permitia – bolas de Berlim na praça; no entanto, uma certeza o abalava – não – iria engordar. Na verdade, era uma certeza bem disfarçada de dúvida – se iria engordar, porquê que isso ainda não tinha acontecido? Carlos Luís sempre fora assim: o menino dos porquês. Não sei o que adorava mais: as bolas de Berlim ou os porquês. Talvez o melhor, mesmo, fosse juntar as duas coisas – uma boa tarde de dúvidas a comer bolas de Berlim. Se continuasse assim será que iria, mesmo, engordar? Já perdera a conta às bolas de Berlim que comera na praça e, até hoje, nada da tão falada gordura chegar. Será que a mãe lhe tinha mentido? Pensava sempre que não se via mais gordo. E pensava, também, que não queria pensar tanto em comida. Talvez precisasse de uma boa companhia para o distrair.
Os pensamentos do Carlos Luís eram, mais ou menos, assim – repetitivos e confusos; e eram, acima de tudo, muito solitários.

(O que é que me deu para falar de um Carlos Luís que gosta de bolas de Berlim? Nadinha de nada :) É só mais um exercício do Workshop de Escrita Criativa.)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Foram quase certezas que acertamos.


Não quero chamar-te à razão, porque a razão não é de todos e eu sei que a minha nem sempre é a tua. Interpretar os teus sinais e amá-los incondicionalmente dá mais cabo da minha alma que do meu coração. Duvido do que sou e o que quero em tantos instantes, que me parece impossível não cair em cada esquina mais escura que me aparece. Não te posso estender mais a minha mão, senão lá se vai outro braço, e em vez de te ajudar poupo-te trabalho que só tu podes acabar. Abrir-te os olhos seria entregar-me demais. Seria mostrar que tenho estado sempre, ou quase sempre, no teu caminho a passar-te a mão na cabeça de cada vez que não consigo compreender as tuas certezas.
Se fosse tão fácil compreender o que te vai na alma como o que te passa à flor da pele em (quase) todos os instantes, teria sido menos difícil acertar certezas que ambos soubemos falhadas antes de as sentir, por ser tão óbvio tudo o que se passa à nossa volta. Não falhámos como toda a gente, mas ficamos sem saber se o bonito podia (ou não) continuar. Ficamos sem saber.   

quinta-feira, 2 de abril de 2015

A convivência.


Uma vez li num livro, que por sinal é um dos meus preferidos, que a convivência é a pior inimiga dos grandes amores e das relações em geral. Não estava escrito assim - estava bem melhor e mais bonito, ou não estivesse eu a falar da Isabel Allende. Sempre me questionei se seria verdade e se a personagem criada pela Isabel teria, realmente, razão. Começo a acreditar que tem, mesmo, muita razão.
Sem convivência não há relações, sejam elas de que tipo forem, pelo menos para mim. Quanto a isso acredito que a maioria de vocês concorde comigo - ninguém conhece, verdadeiramente, alguém sem convivência. Mas não é disso que estou a falar aqui; estou a falar da convivência diária, sabem? Vinte e quatro sobre vinte e quatro horas. Quase non stop. Estou a falar de quando conseguimos adivinhar a fala seguinte, a chatice que vem sempre depois e as piadas - o que haverá de mais aborrecido do que já conhecermos o reportório, quase completo, das piadas? Estou a falar, também, da falta de limites de quem tem sempre alguma coisa para dizer. A convivência adora opinar; e adora ainda mais que não lhe consigam responder.
A convivência é uma velha rezingona a quem, muitas vezes, não temos a coragem de dizer basta. Todas as pessoas, mais ou menos educadas, respeitam os mais velhos. E a convivência é assim: algo que respeitamos mas que, muitos de nós, na maioria das vezes, não suportamos. Não sei em relação aos grandes amores, mas nas outras relações a Isabel tinha toda a razão; a convivência é o maior dos desafios e nem sempre é fácil sobreviver-lhe.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Já pensaste nisso?


Não contes os dias, não contes as horas que passas aqui - um dia podes arrepender-te. Podes arrepender-te dos longos dias em que esperaste, ansiosamente, boas notícias; ou dos dias que passaram a voar sem que os conseguisses apanhar. Podes vir a perceber que perdeste muitos dias de sol, de calor e até de frio. Podes começar a pensar que te esqueceste, por momentos, de apreciar tudo aquilo que foi acontecendo à tua volta.Também podes olhar para trás, um dia, e perceberes a quantidade de vida que desperdiçaste enquanto ficavas, simplesmente, à espera. 
Já pensaste nisso? Na quantidade de dias, horas, minutos (e de vida) que deixo passar como quem tem todo o tempo de mundo? Sim, já. E sei que vou continuar a pensar - cada dia mais. Mas deixei de contar os dias e as horas; um dia posso me arrepender.
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