quinta-feira, 3 de setembro de 2015

De volta ao início #2


«(...) Confesso que não sei bem as horas; na verdade, há muito tempo que nunca sei as horas ao certo e deixei de usar relógio, porque de qualquer maneira iria ter que o acertar consoante o fuso horário. Mas deve ser cedo, muito cedo. Já há sol, por isso é de manhã e sei que todos os hóspedes do hotel estão a dormir porque a praia está deserta – só eu e a natureza como companhia. Podia ficar aqui horas a flutuar, quase imóvel, enquanto penso na minha vida no último ano; enquanto penso nas pessoas que nunca mais vi desde que me vim embora e, acima de tudo, podia ficar aqui mais algum tempo só para pensar em ti: acreditas que nunca mais me esqueci de ti? Já perdi a conta às minhas horas de voo, mas não consigo perder a conta de todas as vezes que julguei ver-te dentro de um avião, num aeroporto, num hotel e nos mil sítios onde te imaginei ao longo deste (longo) ano. 
E foi perdida nestes pensamentos que ouvi, por entre a água que começava a querer entrar-me nos ouvidos, alguém chamar o meu nome. (...)»

(E que bom é voltar ao início novamente!!)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

De volta ao início #1


«Ali, naquela sala, onde tantos sonhos se iam tornando realidade e tantos outros iam ficando (mais uma vez) adiados fui incapaz de não pensar em ti. Enquanto me ia deixando abraçar por pessoas que conhecia há dois dias – mas que prometiam ser as minhas melhores amigas em menos de nada – continuava a ver-te à minha frente, sentado naquela mesa, enquanto me contavas metade da tua vida sem eu saber sequer o teu nome. Queria partilhar aquele entusiasmo com alguém; ter alguém para abraçar, alguém que me devolvesse um sorriso e que me limpasse as lágrimas, que neste momento fingia serem (apenas) de alegria. Pensei em muitas pessoas que podiam – e deviam – estar ao meu lado, mas depois lembrei-me que nenhuma delas sabia que eu ali estava. Foi então que pensei em ti: mais uma vez. Eras perfeito para estar comigo naquele momento; tenho a certeza de que irias querer abraçar-me e então, talvez esquecesse esta loucura toda e decidisse, simplesmente, ficar aqui.
Foi quando ouvi o meu nome mais uma vez (e tive a certeza de que nada disto era um sonho) que percebi que a maior loucura de todas era querer que estivesses comigo; a maior loucura era querer partilhar com um desconhecido o dia em que a minha vida iria mudar – e eu ainda nem fazia ideia do quanto.»

(Setembro é um mês de regressos e recomeços, por isso nada melhor do que começar este mês a escrever e cheia de novas ideias. Espero que continuem a acompanhar tudo desse lado e que gostem tanto destas ideias como das descabidas que terminaram antes das férias! :) )
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