terça-feira, 19 de maio de 2015

"Uma mulher beija um homem".


Sabia que esperavam aquele beijo há muito tempo, mas talvez ela não soubesse há quanto tempo ele vivia para tocar os seus lábios. Não, ela não fazia a mais pequena ideia de que vivia, desde sempre, nos sonhos dele. E então, num momento de euforia, rodeados de tanta gente - e ao mesmo tempo sozinhos - ele olhou-a nos olhos e quis tanto abraça-la que deu um passo em frente. A pouco mais de um palmo do seu corpo estava, quem ele acreditava ser, a mulher da sua vida. Não soube bem o que sentir, o que pensar e, mais importante ainda, o que fazer. Quis tanto abraça-la que os seus braços perderam a força; quis tanto sorrir-lhe que não foi capaz de mexer os lábios; quis tanto beijá-la que não foi capaz de dar o passo em frente que lhe faltava. E foi perdido nestes devaneios que sentiu os lábios dela nos seus e que, pela primeira vez, deu todos os passos que faltavam para a felicidade. Ela já o tinha beijado.
E nesse momento, não conseguiu perceber o que batia mais: se o seu coração ou as asas das borboletas que tinham acabado de nascer no seu estômago.

4 comentários :

  1. Gostei imenso :) fiquei com vontade de ler uma continuação embora ache ao mesmo tempo que qualquer continuação poderia arruinar este excerto pois é algo lindo por si só :p

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  2. Que lindo! Está tão maravilhoso de se ler *.*

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  3. r: Há palavras onde tenho dúvidas e compreendo, até porque partilho, a sensação estranha que é escrever consoante as novas regras, e depois como algumas parecem não estar bem definidas complica mais. Aquilo que não consigo entender é mesmo existir quem não respeite a nossa língua há anos, mas que agora fique muito ofendido por este acordo entrar em vigor.

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