sexta-feira, 31 de julho de 2020

Esquece quem eu sou

Terminei o mês de Julho com mais uma leitura portuguesa: Esquece quem eu sou de S. Catarina Gomes.



Esquece quem eu sou traz-nos a história da Rita e do Ian, um casal que tem tanto para dar certo como para dar errado. Tudo começa com um quase atropelamento e, a partir desse momento, a relação destes dois desenrola-se entre a paixão e o ódio. Os problemas começam quando o amor bate à porta e Rita sente a necessidade de conhecer - verdadeiramente - o Ian.

A escrita da autora é muito agradável e organizada. Os diálogos são um dos pontos fortes deste manuscrito. Nem sempre é fácil ter um livro recheado de bons diálogos, mas acredito que a Catarina conseguiu atingir esse objectivo. Também gostei bastante da parte adulta deste romance e de todos oe momentos íntimos do casal. Estão muito bem conseguidos: explícitos, mas cheios de classe.

Não adorei a história da Rita e do Ian, acho que não senti empatia suficiente com nenhum deles. Ou talvez tenha sido por desde cedo ter percebido o que iria acontecer e o porquê de tanto conflito entre os dois.

Já conhecem o trabalho da Catarina? :)


terça-feira, 14 de julho de 2020

O funeral da nossa mãe

Hoje venho falar-vos de mais um livro - O funeral da nossa mãe - de uma autora portuguesa: Célia Correia Loureiro. Conheci o trabalho da Célia no instagram e aproveitei uma promoção da editora para ler esta obra.




Este livro conta-nos a história de vida de Carolina Alves e das suas três filhas; e o ponto de partida para este romance é o suicídio desta mãe. Ao longo de mais de quatrocentas páginas é nos contada uma história de vida carregada de segredos e mal entendidos, numa cadência de sentimentos fortes e verdadeiros que tantas vezes me deixaram de coração apertado. O final não é surpreendente, mas é exatamente o que a história precisava.

A escrita da Célia é muito boa, recheada de pormenores que fazem toda a diferença para o leitor. E mesmo a obra tendo várias personagens e sendo contada em vários espaços temporais, nunca perdi o rumo à história.

Já conhecem o trabalho da Célia? Fiquei com vontade de ler mais :)


sexta-feira, 3 de julho de 2020

Onde Cantam os Grilos

Terminei o mês de Junho com mais uma leitura de uma autora portuguesa: Onde Cantam os Grilos de Maria Isaac. E não podia deixar de vos falar sobre ele e da viagem maravilhosa que foi lê-lo.




Este livro conta-nos a história da Herdade do Lago, dos seus habitantes e de todos os segredos desta família da qual sentimos fazer parte enquanto leitor invisível. A história é narrada pelo Formiga, uma criança que foi deixada num cesto em frente à casa da Herdade do Lago quando era apenas um bebé. O Formiga é o narrador da história e a sua perspectiva dos acontecimentos é deliciosa. Que criança nunca ouviu atrás da porta e mesmo sem ter percebido o sentido das palavras se achou dona de grandes segredos? É impossível não gostar deste Formiga e do amor que tem pela Herdade e pela família Vaz. E o final...bem, o final é de partir o coração!

A escrita da Maria é tão boa que não dá vontade de parar de ler. Este livro foi uma agradável sugestão do Book Gang da Helena Magalhães.

Curiosos para conhecer o Formiga? Não se vão arrepender :)

terça-feira, 30 de junho de 2020

O teu sorriso faz o meu coração pensar em saltar cá para fora.

Sei que vou continuar a evitar dar-lhe nomes, que vou insistir em fingir que (quase) nada se passa; sei que vai ser assim até não puder mais. Até não puder mais disfarçar aquilo que sinto e, que sei, se torna mais real a cada dia que passa. Sei, também, que vou continuar a sentir-me bem com tudo o que sinto e com tudo o que me fazes sentir; que olhar para ti me dá anos de vida e que no meu estômago nascem borboletas novas a cada dia que passa. 

Sempre tive um problema com as borboletas, sabes? E não é que não goste delas, porque gosto mesmo muito. Mas quando elas aparecem, sei que vêm para durar; assim como soube, da primeira vez que me abraçaste, que ia ser muito difícil continuar sem os teus abraços sem fim. Que ia ser difícil evitar aproximar-me de ti sem te tocar, sem sentir o teu cheiro e, acima de tudo, sem te olhar nos olhos. E o teu sorriso? Bem, o teu sorriso faz o meu coração pensar em saltar cá para fora.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

A Descendente - O Despertar

No início do mês falei-vos do desafio que tinha proposto a mim mesma: ler pelo menos um livro português por mês - #umportuguêspormês -, mas a verdade é que já estou quase a terminar o terceiro. Dos quatro livros que escolhi para ler em Junho, três foram de autoras portuguesas. Parece que vou ter que arranjar um novo hashtag para este desafio :)

Hoje é dia de vos falar do livro da jovem autora Clara Novo: "A Descendente - O Despertar".
O livro conta-nos a história da Hayley Davis - uma estudante de psicologia aparentemente comum - que vai descobrir que a nossa mente é bem mais interessante e diferente do que imaginava. A partir do momento em que conhece a família Sullivan, a sua vida muda para sempre.

Instagram - @authorclaranovo


Sabia que ia ler um livro de fantasia (que não é de todo o meu género favorito), mas acabei por perceber que a história vai muito além da temática do fantástico. As relações interpessoais são o foco deste manuscrito, que nos relembra a cada página os sacrifícios que temos que fazer todos os dias para proteger quem mais amamos.

A escrita da Clara é simples e fluída. A história está muito bem conseguida e quando pensamos que já percebemos tudo...chega mais uma informação para nos trocar as voltas :) Ficamos presos ao desenrolar da história com muita facilidade!

O que menos gostei foi o facto de algumas páginas do livro não estarem bem impressas e um pouco esbatidas; e alguns erros de revisão, que infelizmente acabam sempre por passar.

Agora só me resta esperar pelo segundo volume!!

Já conhecem o trabalho da Clara? :)

quarta-feira, 10 de junho de 2020

No limite da minha sanidade mental.


Gosto de acreditar que a vida – ou as suas circunstâncias – te colocaram na minha vida por algum motivo; gosto tanto (de ti) de acreditar que não te conheci em vão e que tudo isto que nos une é (muito) mais do que devia ser. Acredito – no limite da minha sanidade mental – que somos certos, que tudo isto que vamos vivendo é o lado certo da vida: é o lado certo de nós. Será que (pelo menos) quando a tua sanidade mental te falta, sentes o mesmo? 

Uma coisa é certa: de cada vez que me olhas nos olhos, me abraças e não consegues evitar beijar-me, sabes que somos a coisa mais certa no meio de tudo o que fazemos de errado. E há outra coisa que é ainda mais certa: as saudades que sinto de ti todos os dias e que consigo ver refletidas nos teus olhos sempre que te vejo.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Ao Teu Lado - #umportuguêspormês

Hoje venho falar-vos um bocadinho do último livro que li - Ao Teu lado. Livro escrito pela Ana Ribeiro, uma jovem autora Portuguesa.

Este livro conta-nos a história de Ana e Miguel, desde a infância até à idade adulta. A história acompanha o desenvolvimento da amizade e do amor entre estas duas personagens. É uma história muito bonita, recheada de lições de vida e de alguns clichés - não posso mentir - que nos permite sonhar e por momentos acreditar que a amizade e o amor podem, realmente, durar para sempre. 

O que gostei mais no livro da Ana foi o facto de ter resgatado dois personagens secundários do seu romance anterior - Um amor inexplicável - e lhes ter dado um protagonismo tão bonito. Achei um pormenor muito interessante. Adorei a forma como a autora descreve todos os detalhes desta relação de amizade e nos permite sonhar com o amor deste casal.

O que menos gostei foi o facto de alguns diálogos serem demasiado longos, perdendo-se um pouco o sentido das conversas. Ainda sobre os diálogos, a certa altura considero que a forma como os personagens principais vão falando os torna demasiado infantis, mesmo numa fase mais adulta da história. Por fim algumas falhas ao nível da pontuação, que fazem com algumas frases percam o sentido e tornem a leitura menos agradável.



Já conheciam o trabalho da Ana? Não deixem de acompanhar :)

Vou começar a falar-vos de alguns jovens autores portugueses que tenho vindo a descobrir nos últimos tempos. Espero que gostem e leiam mais livros dos nossos autores!





quarta-feira, 3 de junho de 2020

Sempre quis morar nos olhos de alguém como moro nos teus.


Peço-te sempre baixinho que não me faças muitas perguntas, que não me olhes demasiado tempo nos olhos e que sempre que me abraçares – por favor, nunca pares de me abraçar –, te demores o tempo suficiente para eu continuar a sentir-te no meu corpo como uma presença constante. Só não te demores além do tempo em que o meu corpo e teu deixam de ter fronteiras, porque depois disso…depois disso só quero que me perguntes o que eu quero: e eu quero-te a ti. Quero-te a ti com tanta força, que estas saudades e esta ansiedade de te voltar a ver parecem mentira; há dias em que não consigo acreditar que este nada – tão gigante – que nos une faça o meu coração acelerar tanto de cada vez que penso em ti.

E depois só te quero ouvir dizer tudo aquilo que os teus olhos gritam em silêncio, só quero ouvir a tua voz nos meus ouvidos e só quero – eu quero – gritar tudo o que me passa pela cabeça: tudo aquilo que me atrevo a sentir por ti. Atrevo-me todos os dias a sentir a tua falta – a ter saudades tuas. Atrevo-me todos os dias a lembrar-me dos teus olhos e de como eles me vêm de cada vez que olhas para mim: sempre quis morar nos olhos de alguém como moro nos teus. 

domingo, 31 de maio de 2020

It´s not even fair.


Penso na vontade que tenho que todas as pessoas que estão (sempre) à nossa volta desapareçam; mesmo que só esteja uma pessoa por perto, longe o suficiente para não nos ouvir, sinto que sempre que estamos juntos temos uma multidão por perto. Penso, depois, no que gostava que acontecesse se estivéssemos (completamente) sozinhos: acredito que penses no mesmo. 

Sinto que “nós” – que isto tudo que nos une – é tão certo que chego a duvidar da minha (in)sanidade mental. Espero o momento certo para te sorrir – enquanto peço mais uma vez para estarmos sozinhos – porque sei que me vais sorrir de volta; e tu sabes, o teu sorriso não é justo. O teu sorriso é o mais injusto de todos, porque me faz ter a certeza de que te quero por perto, de que te quero tocar e de que, vá para onde for, te vou levar comigo. 

E depois percebo – no meio da minha tentativa de te sorrir melhor, não quero por nada ficar atrás da tua injustiça – que talvez o teu sorriso seja apenas tão justo como tu: espontâneo e verdadeiro como és sempre que olhas para mim. Percebo, quando finalmente tenho que desviar o meu olhar do teu, que não fazes a mínima ideia do quão bonito és e do que me fazes sentir: não sou a mesma desde que começaste a olhar para mim.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Como se o mundo todo coubesse nos nossos braços.


Às vezes é difícil admitir a tua presença, todos os dias, em mim. E é difícil apenas por um motivo: é real. Todos os dias és real. Mesmo a milhares de quilómetros de distância, sem me poderes tocar, ou mesmo sorrir, és tão real que não permites que o meu coração deixe de acelerar de cada vez que apareces nos meus pensamentos. E já disse que apareces muitas vezes?
Às vezes adormeço a pensar em ti. Fecho os olhos e lá estás tu, a olhar para mim e a sorrir. Não consigo adormecer, fazes o meu coração acelerar – mais uma vez –, mudo de posição e viajo, já quase a sonhar, para aquela última vez em que te vi: a acenares ao longe, a abraçares-me ou a olhares para mim – incapaz de desviares o olhar. E depois, no meio de alguma destas recordações, acabo por adormecer, embalada por esta sensação de gostar de ti que trago no peito.
Às vezes acordo a pensar em ti. Abro os olhos e o primeiro pensamento és tu. Não queria que fosse, juro que tento que sejas só um pensamento – e não o primeiro –, mas, invariavelmente, lá estás tu. Luto contra até que me deixo sorrir no meio de mais uma recordação tua (nossa) que guardo comigo.


E depois de todas as conversas e de ouvir tantas verdades juntas (impossíveis de admitir fora de parêntesis), fico com a mesma (estranha) sensação dentro de mim: como se continuasses por perto.
Ainda sou capaz de ouvir o teu silêncio, como se estivesses aqui ao meu lado. Hoje acordei a pensar em ti. Não, é mentira. Acho que acordo a pensar em ti todos os dias, mesmo naqueles dias em que já não faço disso algo importante: daquelas coisas que adorava contar-te ao ouvido. Hoje acordei a pensar no silêncio – no teu silêncio.
Quando eu estava de costas e tinha a certeza que olhavas para mim e sorrias: sorrias tanto. Ou quando te deitavas ao meu lado para dormir, mas não resistias a encostares-te a mim para teres a certeza de que sentia o teu corpo (todo) junto ao meu antes de adormecer. Ou então daquelas vezes em que me abraçavas do nada, como se o mundo todo coubesse nos nossos braços: o meu cabia.
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