quarta-feira, 3 de junho de 2020

Sempre quis morar nos olhos de alguém como moro nos teus.


Peço-te sempre baixinho que não me faças muitas perguntas, que não me olhes demasiado tempo nos olhos e que sempre que me abraçares – por favor, nunca pares de me abraçar –, te demores o tempo suficiente para eu continuar a sentir-te no meu corpo como uma presença constante. Só não te demores além do tempo em que o meu corpo e teu deixam de ter fronteiras, porque depois disso…depois disso só quero que me perguntes o que eu quero: e eu quero-te a ti. Quero-te a ti com tanta força, que estas saudades e esta ansiedade de te voltar a ver parecem mentira; há dias em que não consigo acreditar que este nada – tão gigante – que nos une faça o meu coração acelerar tanto de cada vez que penso em ti.

E depois só te quero ouvir dizer tudo aquilo que os teus olhos gritam em silêncio, só quero ouvir a tua voz nos meus ouvidos e só quero – eu quero – gritar tudo o que me passa pela cabeça: tudo aquilo que me atrevo a sentir por ti. Atrevo-me todos os dias a sentir a tua falta – a ter saudades tuas. Atrevo-me todos os dias a lembrar-me dos teus olhos e de como eles me vêm de cada vez que olhas para mim: sempre quis morar nos olhos de alguém como moro nos teus. 

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