quinta-feira, 3 de setembro de 2015

De volta ao início #2


«(...) Confesso que não sei bem as horas; na verdade, há muito tempo que nunca sei as horas ao certo e deixei de usar relógio, porque de qualquer maneira iria ter que o acertar consoante o fuso horário. Mas deve ser cedo, muito cedo. Já há sol, por isso é de manhã e sei que todos os hóspedes do hotel estão a dormir porque a praia está deserta – só eu e a natureza como companhia. Podia ficar aqui horas a flutuar, quase imóvel, enquanto penso na minha vida no último ano; enquanto penso nas pessoas que nunca mais vi desde que me vim embora e, acima de tudo, podia ficar aqui mais algum tempo só para pensar em ti: acreditas que nunca mais me esqueci de ti? Já perdi a conta às minhas horas de voo, mas não consigo perder a conta de todas as vezes que julguei ver-te dentro de um avião, num aeroporto, num hotel e nos mil sítios onde te imaginei ao longo deste (longo) ano. 
E foi perdida nestes pensamentos que ouvi, por entre a água que começava a querer entrar-me nos ouvidos, alguém chamar o meu nome. (...)»

(E que bom é voltar ao início novamente!!)

4 comentários :

  1. Há pessoas que não conseguimos mesmo esquecer (talvez porque, sem nos apercebermos, a nossa vontade seja mantê-la bem presente em nós).

    r: Isso também ahah aliás, tenho que adormecer com ela ligada, senão não consigo

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