Às
vezes o que sentimos não precisa de palavras. Às vezes o que sentimos é, só por
si, suficiente. Às vezes o que sentimos não precisa de grandes discursos todos
os dias, nem de datas comemorativas. Às vezes o que sentimos basta: tão simples
quanto isto.
Quem
nunca sentiu – queimar na pele – aquela velha expressão de que um olhar vale
mais do que mil palavras? Quem nunca morou, no maior dos silêncios, dentro dos
olhos de alguém? Quem nunca sorriu, sem palavras, perante aquele sorriso que
ameaça concretizar todos os nossos sonhos? Quem nunca esperou, em silêncio, por
aquele abraço apertado que é capaz de resolver tudo? Quem nunca correu para os
(a)braços de alguém, com esperança de que o silêncio no meio daquele corpo
possa curar tudo?
Porque,
às vezes, o que realmente importa está entre as palavras: nas pausas, na
respiração, no pestanejar, no movimento mais pequeno dos nossos lábios quando
não dizemos absolutamente nada. Porque – quase sempre – o que realmente importa
não é o que dizemos, mas as mil coisas que deixamos por dizer: os desvios de
olhar, os sorrisos furtivos, os movimentos das nossas mãos para ninguém
perceber que estamos a tremer. Porque o que realmente importa está – sempre –
no meio dos segredos do silêncio.
Muitas vezes, é só mesmo isso: sentir. E já não exige tão pouco de nós quanto isso! Porque gerir tudo aquilo que nos corre no peito obriga-nos a imensas reflexões e decisões.
ResponderEliminarO segredo diz muito mais do que aquilo que imaginamos