segunda-feira, 4 de maio de 2020

O Silêncio das Palavras.




Às vezes o que sentimos não precisa de palavras. Às vezes o que sentimos é, só por si, suficiente. Às vezes o que sentimos não precisa de grandes discursos todos os dias, nem de datas comemorativas. Às vezes o que sentimos basta: tão simples quanto isto.

Quem nunca sentiu – queimar na pele – aquela velha expressão de que um olhar vale mais do que mil palavras? Quem nunca morou, no maior dos silêncios, dentro dos olhos de alguém? Quem nunca sorriu, sem palavras, perante aquele sorriso que ameaça concretizar todos os nossos sonhos? Quem nunca esperou, em silêncio, por aquele abraço apertado que é capaz de resolver tudo? Quem nunca correu para os (a)braços de alguém, com esperança de que o silêncio no meio daquele corpo possa curar tudo?

Porque, às vezes, o que realmente importa está entre as palavras: nas pausas, na respiração, no pestanejar, no movimento mais pequeno dos nossos lábios quando não dizemos absolutamente nada. Porque – quase sempre – o que realmente importa não é o que dizemos, mas as mil coisas que deixamos por dizer: os desvios de olhar, os sorrisos furtivos, os movimentos das nossas mãos para ninguém perceber que estamos a tremer. Porque o que realmente importa está – sempre – no meio dos segredos do silêncio.

1 comentário :

  1. Muitas vezes, é só mesmo isso: sentir. E já não exige tão pouco de nós quanto isso! Porque gerir tudo aquilo que nos corre no peito obriga-nos a imensas reflexões e decisões.
    O segredo diz muito mais do que aquilo que imaginamos

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