quinta-feira, 23 de abril de 2015

Nuvens negras.


Hoje dei por mim a pensar em nuvens negras. Sim, em nuvens negras; e em como elas parecem tão pequeninas quando já não estão em cima da nossa cabeça.
Parecem monstruosas quando estão ali, paradas, e nos encaram e ameaçam não ir embora tão cedo. Até aqui vai-se aguentando: o pior é quando chove. Sim, é uma nuvem por isso, mais cedo ou mais tarde, acaba por chover; na verdade, acaba por chover mesmo muito - primeiro furiosamente, depois com a intensidade e ritmo necessário para saberes que veio para ficar e por fim, quando menos esperares, vai cair tão calmamente que nem vai parecer chuva. E então, quando parar, vais olhar para cima e vais vê-la no mesmo sítio: a olhar para ti. Não fiques zangado, ela está só a certificar-se de que estás, finalmente, preparado para ver a luz do sol. Vai esperar que deixes de olhar para a chuva que caiu - e que fez os seus estragos - e que mudes de cara - não vais querer receber o sol com a mesma cara com que encaraste a nuvem negra, pois não? Bem me parecia.
Depois do sol entrar...bem, depois dele entrar a nuvem gigante vai parecer minúscula; na verdade, vais ter a ligeira sensação de que nem sequer existiu - talvez tenha sido só um pesadelo. Mas, bem lá no fundo, sabes que a qualquer momento ela pode voltar. Ela vai voltar: só depois de aproveitares o sol.

4 comentários :

  1. Tudo aquilo que nos parece mau acaba por passar e aí vamos compreender que, muitas vezes, a dimensão que aquilo nos parece ter é bem mais pequena que aquela que tem na realidade. E o sol chegará sempre
    Adorei, claro!

    r: Ora aí está uma boa questão :) tem uma mensagem mesmo marcante

    Beijinhos*

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