«(...) Confesso que não sei
bem as horas; na verdade, há muito tempo que nunca sei as horas ao certo e
deixei de usar relógio, porque de qualquer maneira iria ter que o acertar
consoante o fuso horário. Mas deve ser cedo, muito cedo. Já há sol, por isso é
de manhã e sei que todos os hóspedes do hotel estão a dormir porque a praia
está deserta – só eu e a natureza como companhia. Podia ficar aqui horas a
flutuar, quase imóvel, enquanto penso na minha vida no último ano; enquanto
penso nas pessoas que nunca mais vi desde que me vim embora e, acima de tudo,
podia ficar aqui mais algum tempo só para pensar em ti: acreditas que nunca
mais me esqueci de ti? Já perdi a conta às minhas horas de voo, mas não consigo
perder a conta de todas as vezes que julguei ver-te dentro de um avião, num
aeroporto, num hotel e nos mil sítios onde te imaginei ao longo deste (longo)
ano.
E foi perdida nestes pensamentos que ouvi, por entre a água que começava a querer entrar-me nos ouvidos, alguém chamar o meu nome. (...)»
(E que bom é voltar ao início novamente!!)
Há pessoas que não conseguimos mesmo esquecer (talvez porque, sem nos apercebermos, a nossa vontade seja mantê-la bem presente em nós).
ResponderEliminarr: Isso também ahah aliás, tenho que adormecer com ela ligada, senão não consigo
Gostei tanto :)
ResponderEliminarTHE PINK ELEPHANT SHOE | FACEBOOK |
r: Muito, muito obrigada *.*
ResponderEliminarLindo texto!
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