Numa
parte do tempo, penso na força e na determinação que preciso de encontrar para
conseguir, da melhor maneira possível, enfrentar tudo o que vem pela frente. Na
força que preciso para perceber que a realidade nem sempre é o que parece e que
aquilo em que queremos acreditar, desesperadamente, nem sempre pode ser
verdade. E depois, terei que encontrar a determinação para dizer a mim mesma, e
a quem precise de ouvir, que as certezas são jóias raras e, por isso, quase
inexistentes: quando as encontramos, temos que nos agarrar a elas como se a
nossa vida dependesse disso.
Mas
enquanto me faltar a força e a determinação, sei que vou passar a maior parte
do meu tempo a pensar em ti e na maneira como fazes o meu coração disparar de
cada vez que olhas para mim. Vou pensar nos dias em que não te posso ver e em
que o meu coração acelera ainda mais; e depois em todos os segundos do meu dia
em que vagueias pela minha cabeça – chego a pensar que te mudaste para lá – e
que não me deixas colocar os pés no chão e sentir a realidade (ou será esta a
minha realidade agora?). E até quando adormeço e espero alguma paz, lá estás tu
a aparecer em todos os meus sonhos; e sou tão feliz quando sonho contigo. Na
verdade, talvez sejas exactamente a paz de que preciso: este alvoroço que não
me deixa respirar, que me faz acordar angustiada por saber-te tão longe (e tão
perto) e por estas terríveis saudades que sinto de ti (e por ti) em
antecipação.
Vivemos um quase nada gigante e eu já descobri contigo um dos piores (melhores?) sentimentos: as saudades em antecipação. E de repente, quando menos esperava, percebo que uma parte de mim gostava tanto de viver tudo aquilo que sinto por ti. E não, não sei se desejas o mesmo e se abririas mão de tudo para ficares comigo. Na verdade, não sei quase nada, sei apenas o que sinto de cada vez que olhas para mim: quero tudo contigo.
E esse saber só pode ser maravilhoso. Mesmo quando as dúvidas são maiores que as certezas
ResponderEliminarVerdade. É único saber que, realmente, importa! :)
EliminarO perigoso incondionalismo do amor, quando se impõe, não há certezas nem verdades que se atrevam a questionar-nos...tudo se inverte da forma mais irreverente possível. Aí, perdemos o controle do tempo, perdemo-nos por meio da idade de todas as coisas na Vida, assim um pouco, como se morressemos.
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